Em 20 dias, SP teve três mortes em assaltos em semáforos
Parar no farol virou motivo de pânico na capital; dica é não reagir à ação do ladrão e evitar dirigir sozinho
Felipe Grandin e Naiana Oscar, do Jornal da Tarde
Agência Estado
Parar nas faixas da esquerda tem maior riscoSÃO PAULO - A cada nova ocorrência, parar no farol vira motivo de pânico. Só nos últimos 20 dias, três pessoas morreram durante assaltos em semáforos na Grande São Paulo. Tamires Burlani, de 19 anos, foi assassinada com um tiro no rosto, em Diadema, no dia 13. No dia 24, o universitário Renato Inácio Arias, de 23 anos, foi baleado na cabeça em Santo André. Na última segunda-feira, um guarda-civil metropolitano matou com quatro tiros o ladrão que tentou assaltá-lo em um farol da Avenida Washington Luís, na zona sul da capital.
A Secretaria da Segurança Pública e a Polícia Militar não sabem informar quantos crimes ocorrem por dia nos semáforos da região metropolitana. "É uma demonstração de que as autoridades ainda não perceberam a gravidade da situação", observa Guaracy Mingardi, pesquisador do Instituto Latino-Americano das Nações Unidas para Prevenção do Delito e Tratamento do Delinqüente.
o pesquisador, as polícias deveriam ter estatísticas constantes (e integradas) sobre esses crimes e um planejamento para combatê-los. Mingardi diz que a burocracia do poder público faz com que as ações cheguem sempre tarde demais. "No caso dos crimes em semáforos, não é a pessoa que tem de se virar, é o Estado que deve resolver."
Especialistas em segurança, no entanto, acreditam que o cidadão tem um papel determinante na prevenção desse tipo de crime. Chegam a dizer que é a vítima quem escolhe o ladrão e não o contrário. "Os criminosos são estimulados pelas vítimas. Se a pessoa se comportar de forma segura ela não elimina o crime, mas transfere o risco para o vizinho", explica o consultor de segurança Roberto Zapotoczny.
O comportamento do motorista é importante por conta da forma como os ladrões atuam. Segundo o ex-secretário de Segurança Pública José Vicente da Silva Filho, os bandidos que roubam em semáforos só agem quando encontram um alvo fácil. "É um crime de oportunidade", diz. "Eles ficam à espreita, esperando uma vítima que ofereça mais ganhos e menos risco".
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