> VIOLÊNCIA EM SÃO PAULO

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Para vizinhos, violência no bairro aumentou com Serra governador
Moradores e pessoas que trabalham na Vila Clementino reclamam da insegurança; roubo de celulares é comum, dizem

Polícia confirma casos de roubo a celulares; nos últimos dois dias, foram pelo menos três ocorrências do tipo registradas no bairro

DA REPORTAGEM LOCAL
Moradores e pessoas que trabalham na Vila Clementino reclamam do aumento da criminalidade na área, principalmente do roubo de celulares.O pró-reitor de administração da Unifesp, Sérgio Draibe, é um dos que criticam a insegurança no bairro. Ele conta que ontem, por exemplo, às 11h, uma pessoa teve seu celular roubado na rua Botucatu.O delegado titular do 16º DP (Vila Clementino), Oswaldo de Souza, confirmou que tem ocorrido roubos de celulares na área -anteontem foram dois flagrantes e, ontem, mais um, todos nas proximidades do shopping Metrô Santa Cruz.O delegado, porém, disse que as estatísticas não têm crescido tanto. "Muitas pessoas não fazem boletim de ocorrência", afirma Souza.Para Draibe, que disse ter ficado muito abalado com a morte do médico José Edmur dos Santos, há um sério déficit de iluminação e de segurança na região. "Estamos cansados de ser vítimas de violência no bairro. Precisamos de uma ação efetiva, de melhorias nas condições de iluminação e de maior policiamento", disse.A Vila Clementino foi alvo de um estuprador em 2005 -entre abril e junho daquele ano, pelo menos oito ataques ocorreram.Circulam pela região cerca de 25 mil a 30 mil pessoas por dia, entre eles muitos pacientes de hospitais. "Temos muitas funcionárias e também os pacientes, que são pessoas frágeis. Não podemos ser alvo de estupros e homicídios" afirma Draibe. Segundo ele, os médicos sempre andam com celular na mão para atender os pacientes."À noite aqui é muito ruim. O comércio fecha, as clínicas param de atender e fica tudo vazio. A iluminação também é precária", diz João Gonçalves, que trabalha na recepção da clínica do setor de neuromuscular da Unifesp. Foi na frente dessa clínica que o pneumologista foi baleado pelo criminoso."Alguns ladrões passam correndo para roubar o celular e outros usam até motos", afirma o ambulante Paulo dos Santos, 28, que trabalha há sete anos na calçada da Pedro de Toledo.Ele diz que, em razão da morte do médico, não pretende mais ficar no período da noite na região. "Costumava ficar até as 18h30, mas agora vou embora antes de escurecer. E, claro, uso um celular baratinho."O ambulante diz ter presenciado dois roubos de celular no mesmo dia na rua Pedro de Toledo, perto de onde aconteceu o ataque ao médico.Joab da Silva Amorim, 21, que trabalha numa lanchonete nessa rua, diz que presenciou um roubo contra outro médico quase no mesmo lugar do crime de anteontem -onde uma árvore contribui para deixar o local mal iluminado. O médico passeava com o cachorro quando foi abordado pelo ladrão.Moradores da área, que não quiseram se identificar, dizem suspeitar que muitos crimes que ocorrem no bairro sejam cometidos por habitantes da favela Mário Cardim, localizada na rua de mesmo nome.O delegado Souza diz que as pessoas têm de ser mais cuidadosas na região, andar com o vidro do carro fechado e não ostentar jóias e relógios caros.(AFRA BALAZINA
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Folha de São Paulo

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